Com base no site da Embrapa, o Brasil está tomando medidas para prevenir a entrada de uma nova raça da murcha-de-fusarium da bananeira, conhecida como raça 4 tropical (TR4), recentemente detectada na Colômbia. Essa raça, única do microrganismo Fusarium oxysporum f. sp. Cubense, ainda não está presente no Brasil, e não existem cultivares resistentes à planta contra essa ameaça. A murcha-de-Fusarium, também chamada de fusariose (anteriormente conhecida como mal-do-panamá), é a principal doença que afeta os bananais.
Para enfrentar essa potencial ameaça, pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental, Embrapa Roraima e da Bioversity International, em colaboração com a Superintendência Federal de Agricultura no Amazonas (SFA/AM), produziram um comunicado técnico direcionado a produtores e extensionistas. O objetivo é alertar e orientar sobre a necessidade de proteção contra essa raça quarentenária.
A murcha-de-Fusarium é uma das doenças mais destrutivas da bananeira e causa sérios prejuízos à cultura. O patógeno sobrevive no solo por várias décadas, mesmo na ausência do hospedeiro.
A TR4 já está presente em vários países, incluindo Austrália, China, Filipinas, Indonésia, Laos, Líbano, Malásia, Moçambique, Myanmar, Omã, Paquistão, Taiwan e Vietnã. Recentemente, sua presença foi confirmada na Colômbia, representando uma ameaça para a bananicultura nacional.
O documento técnico descreve os sintomas da doença, comparando-os com outras condições, como o moko (Ralstonia solanacearum, raça 2) e a murcha abiótica, usando fotografias para facilitar o monitoramento e a detecção da TR4 nos bananais brasileiros. Ele também destaca os cuidados necessários durante o levantamento e em caso de suspeita de infecção.
Para identificar a possível presença da TR4, os produtores podem observar a resistência das cultivares às raças 1 e 2, conhecidas como “sentinelas”, como as do subgrupo Cavendish, Thap Maeo, Caipira, BRS Conquista, entre outras. Se houver suspeita de infecção, os produtores devem isolar a área e contatar imediatamente a Superintendência Federal de Agricultura no estado para medidas de identificação e mitigação.
Devido à falta de cultivares resistentes à TR4, a importação de mudas de bananeira e helicônia de países onde a praga está presente, especialmente da Colômbia, está proibida. Além disso, os produtores devem garantir que as mudas utilizadas sejam de origem segura e comprovada, preferencialmente produzidas in vitro, para minimizar o risco de introdução de pragas na área de produção. Caso sejam observados sintomas durante os cuidados culturais, os produtores devem desinfetar as ferramentas de manejo com hipoclorito de sódio antes de usá-las em outras plantas.
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